Durante uma partida de futebol, notamos que existem duas fases fundamentais e distintas: a fase ofensiva e a fase defensiva. Essas fases são um todo, formadas pelos objetivos, pelos princípios e comportamentos técnicos e táticos. Quanto aos princípios de jogo, estes são normas e/ou regras que regem o comportamento dos jogadores nas diferentes situações de jogo, quer defensivas, quer ofensivas.
Por exemplo, quando um jogador está na posse da bola, o primeiro objetivo será tentar a finalização, se as condições assim o permitirem. Caso contrário, procurará progredir em direção à baliza adversária, respeitando o princípio da penetração. O adversário deve fechar rapidamente o espaço para progressão à baliza ou as linhas de remate, colocando um jogador em contenção, respeitando o primeiro princípio de defesa.
Por norma, as situações de 1x1 são desfavoráveis para a equipa que defende. Então, essa equipa deve colocar um jogador em cobertura defensiva, através dum deslocamento dum colega de equipa do jogador em contenção para as costas deste. A equipa atacante, vai realizar a mesma ação. Uma vez em inferioridade numérica, um jogador da equipa atacante vai colocar-se em boa posição face ao portador da bola, para seu auxílio.
Está agora criada uma situação 2x2. No geral, essas situações são mais difíceis para os atacantes. Por isso, o jogador da equipa atacante que não tem a bola vai deslocar-se e afastar-se do centro da ação, procurando espaço para receber a bola. Essa movimentação cumpre o princípio da mobilidade. A equipa que defende, dado que um jogador está livre de marcação, vai deslocar o jogador em cobertura para marcar esse jogador. Cumpre assim o princípio do equilíbrio.
Por fim, a equipa atacante procura cumprir o princípio do espaço, ao abrir o jogo e a equipa que defende deve cumprir o princípio da concentração, fechando o espaço que a equipa adversária abriu.
Dentro do centro do jogo, as ações dos jogadores são realizadas baseadas nos princípios específicos de ataque e defesa. No entanto, em qualquer jogo, a bola é só uma e os jogadores são vinte e dois. Apenas um dele terá a bola, e dificilmente mais de metade dos jogadores mantém-se perto do portador da bola, seja ele qual for. Não vale a pena de forma alguma concentrar-se apenas no centro do jogo. Enquanto que alguns jogadores estão perto da bola, outros estão mais longe. A esses deve ser atribuída a tarefa da construção do jogo sem bola, criando opções para os jogadores que participam diretamente no centro do jogo.
Abraço,
Valter Correia
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