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Num jogo em que Portugal garantiu a presença nas
meias-finais do EURO 2012, mais uma vez foi cristiano RONALDO quem
decidiu. De cabeça, fez o seu terceiro golo na prova e assim se
esquece de vez... o 'chapéu de POBORSKÝ',.
Mesmo depois de uma grande recuperação na fase de
grupos, após a derrota frente à Rússia na jornada inaugural, desde
o início vi uma seleção portuguesa quase que obrigada a passar às
'meias'. Simplesmente melhor adversário não nos podia ter caído. A
Rússia era uma equipa forte (4-1 a esta República Checa), a Polónia
jogava em casa (e nós sabemos o quão é importante), e a Grécia
dispensa qualquer apresentação, crendo mesmo que ainda há
portugueses que ainda ficam com um nó na garganta sempre que esse
nome é pronunciado.
Quanto a Portugal, tinha também recuperado da
derrota (1-0) frente aos alemães, venceu então a Dinamarca com o
comprimido debaixo da língua e viu (finalmente) RONALDO fazer um
grande jogo frente à seleção das três derrotas. Certo é que em
termos exibicionais, não foi RONALDO o único a melhorar, mas sim
toda a equipa e com grande mérito para PAULO BENTO.
E enquanto o onze escolhido pelo selecionador
português foi o mesmo de jogos anteriores já o técnico checo
substituiu no meio campo daniel KOLÁR por vladimír DARIDA,
colocando nas alas as figuras desta equipa václav PILAR e petr
JIRÁCEK. A partir daí, num jogo em que a condição física parecia
importante, os dados estavam lançados.
Em relação ao jogo, as duas equipas entraram
apáticas, talvez à procura da melhor estratégia, mas os checos
estiveram melhor. Na direita, JIRÁCEK foi um falso ala, com vários
movimentos interiores para a entrada de gebre SELASSIE, que
juntamente com PILAR, no lado oposto, conseguiram alguns
desequilíbrios mas sempre sem conseguir criar perigo. Ao invés os
médios portugueses raramente conseguiam ter espaço para rodar e
tentar servir os três avançados, o que permitia à República Checa
ganhar muitas bolas no centro do terreno.
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Com uma pressão forte, a partir dos 20/25 minutos
os checos foram obrigados fisicamente a baixar as linhas e a dar a
iniciativa de jogo à equipa de PAULO BENTO. SELASSIE passou apenas a
defender, e JIRÁCEK passou a ser o quarto médio, enquanto PILAR
prendia JOÃO PEREIRA e milan BAROS jogava bem perto dos centrais
portugueses.
Mas se inicialmente a equipa das quinas tinha
dificuldade em controlar o jogo, agora via-se com um novo problema:
descolar do habitual jogo de contra-ataque e passar a construir jogo.
Portugal passou a tentar jogar lateralizado, mas nem RONALDO nem NANI
faziam desiquilibrios, nas alas, e com joão MOUTINHO e raúl
MEIRELES muito longe da área, hélder POSTIGA no meio dos dois
centrais checos estava condenado ao insucesso.
PAULO BENTO mexeu então na equipa, e mais uma vez
no meu entender, bem, tirando da ala RONALDO e colocando-o em zona de
finalização, bem perto de POSTIGA e finalmente Portugal começou a
criar perigo. Primeiro servido por MOUTINHO, RONALDO atirou para uma
grande defesa de petr CECH, pouco depois a passe do outro médio
MEIRELES, tentou a bicicleta mas aí a corrente lá lhe saltou fora e
depois com mais um passe da zona média fica na retina esse grande
trabalho do capitão portugês, a culminar com um remate ao poste.
Até final do primeiro tempo de realçar também a
lesão de hélder POSTIGA. Trabalhou imenso é certo, mas pouco ou
nada fez. Entrava então HUGO ALMEIDA, que não ia fazer nem mais nem
menos que POSTIGA.
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Para o segundo tempo, e perante uma República Checa
que se limitava a defender, PAULO BENTO fez aquilo que tinha a fazer.
Subiu as linhas da sua equipa e foi fazendo esse jogo de posse com
muita paciência, inclusive com MOUTINHO e MEIRELES mais junto da
área, para também eles criarem desequilíbrios, e aí sim
claramente Portugal passou, não só a controlar o jogo como também
a dominá-lo.
E com toda a 'tranquilidade' a equipa lusitana passou a estar
perto do golo. Ora pelo CR7 que primeiro num livre em zona frontal,
como ele tanto gosta, fez a bola embater de novo no poste e depois
nesse remate desconchavado quando estava em boa posição, ora por
NANI para uma boa intervenção do homem do capacete, ora mesmo em
remates de MOUTINHO e MEIRELES, algo que sinceramente em jogos
anteriores pouco tinha visto.
BÍLEK tentou dar mais frescura a uma equipa que, literalmente, se
limitava a chutar a bola para a frente, colocou JIRÁCEK, o tal homem
que parece Jesus Cristo e que lutou até não poder mais, no meio,
tirando DARIDA e entrando para seu lugar jan RAZEK, mais um jogador
que pouco acrescentou.
E já depois de HUGO ALMEIDA ter visto o auxiliar levantar a
bandeirola e assinalar fora-de-jogo, curiosamente e para seu azar no
único cabeceamento enquadrado com a baliza, e já depois também de
ter confidenciado com a minha Cátia Isabel que petr CECH iria acabar
por sofrer, tais eram as oportunidades, joão MOUTINHO num desses
tais desequilíbrios, rompendo pela área até à linha do fundo, e
tirando depois o cruzamento, para RONALDO, que muito mal marcado por
SELASSIE e de cabeça, atirou como mandam as regras sem dar a mínima
hipótese ao gigante checo.
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E se é certo que a vencer e com 10 minutos
para jogar, PAULO BENTO não perdeu tempo, tirando NANI que apesar do
bom jogo esteve uns furos abaixo do que o habitual, entrando para o
seu lugar CUSTÓDIO para jogar bem perto de MIGUEL VELOSO, e trocando
depois MEIRELES por ROLANDO, o que é certo também é que esta
equipa da República Checa tinha gasto todas as pilhas que é como
quem diz, já não havia força nem ânimo para procurar o empate.
Assim sendo Portugal lá acabou por garantir a
passagem às meias finais, onde vai encontrar, como é sabido a
França ou a Espanha. Mais importante que o adversário é lá estar
e Portugal de facto fez por merecer, contra uma seleção acessível,
talvez uma das mais fraquinhas destes quartos de final, mas a equipa
de PAULO BENTO tem vindo a mostrar uma grande qualidade e grande
competência.
Com um RONALDO finalmente a decidir para Portugal
como decide em Espanha, não tanto em exibições mas sim marcando e
resolvendo jogos, que é o mais importante, com um PEPE imperial ao
lado de BRUNO ALVES, que também tem cumprido no eixo da defesa, com
um incansável MEIRELES quer a defender, quer a atacar, mas
especialmente com um fantástico joão MOUTINHO que é apenas um mas
como diz e muito bem Bernardino Barros 'parecem quatro Moutinhos
dentro de campo' é de facto possível sonhar com uma presença em
Kiev.
E para finalizar apenas o destaque também a PAULO
BENTO que, mesmo não agradando a gregos e troianos e mesmo cometendo
um ou outro erro perfeitamente normal, conseguiu dentro do campo ou
se quiserem dentro do balneário construir uma equipa que de grande
nível, que faz de facto sonhar, milhões portugueses.
Por Fábio Daniel Ferreira
Autor do blogue www.ofuteboldeumamador.blogspot.com
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